A obrigatoriedade do diploma de jornalismo foi derrubada com a alegação que ela atentava contra a
liberdade de expressão.
É hipocrisia?
O diploma não impedia isso.
Profissionais podiam expressar à vontade suas opiniões em suas áreas de atuação. Ou seja, advogado podia falar sobre direito, engenheiro, sobre engenharia, e assim por diante.
Qualquer pessoa podia expressar sua opinião em reportagens ao serem entrevistadas, nas seções do leitor, ao sugerir pautas etc.
O diploma vetava que o cidadão não formado exercesse jornalismo como profissão, como ganha-pão, para garantir a este exercício profissional os direitos trabalhistas e legais sem a ameaça de verem seus empregos tomados por aqueles que somente queriam "opinar" e aceitavam qualquer remuneração para isso.
Além disso, a faculdade, por pior que seja, dá ao estudante uma visão de humanismo fundamental para o jornalista exercer a profissão com respeito à democracia e...
...à liberdade de expressão!
É hipocrisia porque o acesso do cidadão à mídia para exercer sua liberdade de expressão era e é limitado a questões relacionadas a linhas editoriais e de interesses comerciais.
Isso não mudou nada sem a obrigatoriedade do diploma.
Grandes monstros sagrados do jornalismo nunca tiveram diploma.
Quando vejo velhos e famosos jornalistas enchendo o peito e dizendo que nunca precisaram de diploma, tenho até arrepios.
Por melhores que sejam, teriam sido ainda melhores - e muito antes - se tivessem feito um bom curso de jornalismo.
(Mudando a pessoa) Educação não teria feito mal aos Senhores.
Os Senhores são apenas exemplos de que é possível exercer jornalismo sem diploma. Mas, caros cultos autodidatas, não teria sido melhor ter feito o curso?
Aprenderam na prática, ou estudando por contra própria.
Se tivessem cursado - ou se cursarem - uma Faculade, teria sido um caminho mais técnico e científico, óbvio.
Mas não há como negar os benefícios de se começar a exercer uma profissão após o diploma.
Pergunto a esses figurões se eles sabem o que se aprende no curso de jornalismo e a resposta é difusa.
O risco do jornalista sem diploma é mais subjetivo que o de um médico ou de um engenheiro.
Não se matarão pessoas com cirurgias operadas por charlatões nem cairão prédios e pontes.
Mas a consequência pode ser tão nefasta quanto. Ou pior.
Vão estudar história, antropologia, sociologia, filosofia e psicologia para me entender. Na Faculdade de Jornalismo tem essas disciplinas.
A história está recheada de atentados à liberdade de expressão, apologia ao racismo e intolerância propagada por veículos de comunicação de massa,
que levaram a guerras, genocídios e ações hediondas.
A comunicação mal utilizada pode ter consequências terríveis.
E sim, o diploma, a Faculdade, oferece uma formação que inibe isso.
O diploma é, portanto, de interesse da sociedade, de interesse público, de interesse da democracia!
Lá na Faculdade, aprendem-se, também, técnicas de jornalismo.
A quem interessa o fim do diploma?
A empresas de jornalismo que podem contratar quem quiserem, pagando o que quiserem, para uma classe desregulamentada e desorganizada.
A ditadura, que tem em profissionais sem formação mais facilidade de controle.
E aos puxa-sacos, políticos e autoridades que barganham o apoio desses proprietários de veículos de comunicação.
Claro que o diploma não é o fim. É o início. A prática continua a ensinar. Como em qualquer profissão.
Exame ao estilo OAB, certificados de especialização e outros diplomas, a qualidade do ensino nas Faculdades de Jornalismo, são temas para debates relevantes. Mas sempre depois do diploma de Jornalismo, pela ordem de importância.
Se o Diploma não garante que o Jornalista exercerá sua profissão com qualidade, isso é válido para qualquer profissional de nível superior. Mas o Diploma garante que ele teve a oportunidade de entrar em contato com teorias de comunicação e humanas fundamentais.
O jornalista é um generalista em princípio e isso é bom para a sociedade. Ela precisa de generalistas para unir os especialistas e de especialistas para aprofundar os temas. Ambos são fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento humano.
O jornalista é generalista. Ganha para aprender. Mas em um paradoxo aparente, mas em realidade harmônica, ele é especialista também. Em comunicação. Do jeito certo para o público adequado. E faz melhor quem estudou para isso.
Por fim, quando a gente pensa que já experimentou o ápse do absurdo, vem algo novo. Cá estou eu a defender que uma profissão seja exercida somente por quem tem diploma!
Gente, vamos estudar!
Escola não faz mal a nínguém!
Deixem de preguiça!
Relator acredita na aprovação da PEC do Diploma http://www.coletiva.net/site/noticia_detalhe.php?idNoticia=45395
V6 Deixe-me aqui o prazer de seu comentário. De qualquer tipo.
Massa. O pensamento é esse: com a universidade, qualquer profissional torna-se muito melhor. #Parabéns!
ResponderExcluirSaber contar uma história não faz de ninguém Jornalista Mas faz PRESIDENTE. É O bRASSIL dos charlatões!
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